Entre tantas avaliações apareceu-se esta peça rara, um perfumador oriental do séc. XIX/XX, muito ao jeito dos antigos pendentes pomanders. De formato periforme em ouro sem marcas ou contrastes com decoração incisa de gramática vegetalista, cravejado com turquesas talhe redondo cabochon e uma prasiolite, um quartzo verde de lapidação talhe hexagonal, preso a uma malha de canevão de chapa relevada com estampados. Uma verdadeira obra de arte tanto ao nível técnico com as suas articulações e gravados com em graciosidade e mistério.
Sabe-se que os perfumes apareceram nas primeiras civilizações humanas, constatado através de textos antigos e de achados arqueológicos, mais precisamente no antigo Egipto. Bálsamos perfumados e o incenso foram usados
durante cerimonias sagradas e religiosas e acreditava-se ter efeitos medicinais, usados por faraós que com o objetivo de beleza eterna, usados nos rituais de embalsamento preservados para sempre na mumificação.
Durante a Idade Média, a praga de doenças infecciosas derrubaram a Europa. As ruas estavam espalhadas com lixo, excrementos e cadáveres de animais. Pensavam que as doenças eram transmitidas através do mau odor, culpando os vapores venenosos de originar surtos de cólera, pragas e febres. A palavra malária originalmente veio da palavra italiana mal'aria que simplesmente significava "mau ar".
Acreditavam que o aroma agradável os protegeria das terríveis doenças, que se 'transmitiam' pelo ar, sem falar do odor da falta de higiene pessoal e dos problemas dentários, que não se resolviam com leques.
A classe nobre protegia-se das doença e da morte, usando ao peito um pendente 'bolsa' que consistia num frasco de perfume, que permitia libertar odores de perfumes chamados pomanders. A bola foi dividida em pequenos segmentos e cada uma continha uma erva perfumada, como alecrim, lavanda, noz-moscada, canela, etc. ou na como era usado na Idade Media com substâncias cerosas, como âmbar e almíscar.
A palavra pomander é originária do pomme d'ambre francês, ou maçã de âmbar. Usado regularmente ao redor do pescoço na Idade Média, o pomander era uma bola perfumada, contendo ervas perfumadas e foi considerado uma proteção sagrada, contra infecções naqueles tempos, servindo de antibacteriano.
Os pomanders perfurados eram feitos de ouro ou prata e suspensos por uma corrente ao pescoço ou preso ao cinto. Às vezes, continham várias reservatórios, cada um com um perfume diferente, tendo sido a forma inicial da aromaterapia.
Homens e mulheres das classes de elite e aristocrática usavam pomanders. Foi relatado em 1530 que o rei Henrique VIII possuía pelo menos dezasseis pomaders, todos muito preciosos e meticulosamente esculpidos. A rainha Elizabeth I, foi frequentemente retratada usando um, assim como os outros nobres.
Pomander em prata, datado de 1600-1650 exposto no Museu V&A.
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Pomander Alemão do séc. XVI
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