A joalharia portuguesa atingiu no século XVIII, um período muito característico do seu percurso evolutivo. Foi uma fase assinalada por riquezas oriundas da colónia brasileira, o que permitiu uma abundância de recursos, tanto ao nível dos metais como das gemas. Deu-se assim uma progresso nos negócios, nomeadamente nos meios rurais, que permite a aquisição de objetos pessoais, como joias de adorno que funcionavam como elementos de sumptuária, como constituintes de reserva de valor, que pode ser usado para suprir dificuldades económicas, pois estas peças contam sempre com o valor intrínseco dos materiais, constituindo um valor seguro para uma possível penhora ou até a realização de empréstimos.
Foi vendido recentemente numa leiloeira do norte a Leiloeira São Domingos, um par de fivelas Portuguesas, do séc. XVIII em prata e aço, cravejadas com 'Minas Movas' (quartzos), em estojo considerado uma antecâmara de joias, em couro carmesim com gravados a ouro. Estas fivelas apresentam uma expressão cromática entre o violeta claro das ametistas e o incolor do quartzo de rocha, permitindo o efeito óptico de cor nas flores.
O conjunto pesa no total, aproximadamente.: 98.9 gr. Dim.: 5x7 cm. Exemplares idênticos encontram-se representados na Edição n.º 43 da Oceanos, Ourivesaria Luso-brasileira, p. 23.
Exemplares idênticos encontram-se referidos no exemplar d´OREY, Leonor - "Esplendor e Fantasia - Cinco Séculos de Joalharia". Lisboa: Museu Nacional de Arte Antiga, 1995, p. 90, fig. 125.
O estojo tem espaço para os botões de meia liga, mas infelizmente o proprietário já não os tinha em seu poder, provavelmente foram transformados em outras peças ao gosto da época, como era comum na altura.
Outros exemplos de fivelas do séc. XVIII com estojo, e com botões de meia liga, os últimos, vendidos na Leiloeira Cabral Moncada, Lisboa.
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